Cuidados com a elaboração da dieta natural – Fontes proteicas

Em nosso último artigo falamos sobre a energia que além de regular o consumo alimentar é o combustível fundamental para que todo o processo fisiológico se autoalimente. No artigo de hoje falaremos sobre o primeiro grande bloco de nutrientes: – as proteínas.

Não estranhe o plural, na verdade as proteínas variam em sua composição em cada matéria-prima que escolhermos para a nossa dieta.

A carne in natura possui maior digestibilidade e proteínas de maior valor biológico do que farinhas de carne utilizadas em alimentos industriais. Entende-se por valor biológico elevado aquelas proteínas em que todos os aminoácidos essenciais estão presentes, em quantidade e digestibilidade suficientes.

Falaremos aqui principalmente da carne bovina, pois ela é a mais facilmente encontrada em nossas cozinhas. Entretanto, poderá ser facilmente substituída por as de suína, de aves, peixes, carneiro ou de outras espécies.

Escolhemos a carne magra bovina pela padronização do teor de gordura e custo/benefício. São assim considerados os cortes como braço, acém, peito, patinho, coxão duro, peixinho, paleta, coração, língua, que apresentam em média aproveitamento de 85% após limpeza da gordura. 

É muito fácil ao chegarmos em um açougue ou supermercado e encontrarmos carne moída pronta para ser levada, e até locais em que se comercializa “carne para cachorro”. Não recomendamos estas carnes e sim que se escolha um dos itens acima mencionados e se peça ao açougueiro a retirada de toda a gordura e aponevrose, pois o que queremos é uma fonte proteica o mais concentrada possível.

Vísceras como fígado e rim, de baixo custo, podem ser utilizadas com restrições analisadas pelo formulador. Rins contem teores elevados de sódio não são indicados para formulações para animais cardíacos ou portadores de nefropatias. Rins também possuem odor forte que diminui palatabilidade da dieta.

Ovo não deve ser fornecido cru pois a clara possui enzima avidina que destrói a vitamina biotina (vitamina H). Apesar deste cuidado na manipulação, ovos são fontes de proteína de alto valor biológico (clara) e gordura elevada (gema) e apresentam alta palatabilidade e por esta razão são excelentes sucedâneos que o formulador da dieta pode lançar mão, tanto quanto leite e derivados, que podem ser utilizados para filhotes em crescimento pelo seu conteúdo de minerais.

Leveduras de cerveja ou cana, subproduto de fermentação alcoólica obtidas em usinas e destilarias de álcool ou cerveja. São produzidas por processo anaeróbico e posteriormente desidratado e moído. Nem sempre é possível lançar mão deste grupo proteico dada a sua baixa disponibilidade. Apesar disto, são boas fontes de alto teor de proteína de alto valor biológico e baixo teor de gordura e além disto são muito palatáveis.

A manipulação dos ingredientes é de extrema importância e será objeto de matéria futura. Carnes de peixes, tem prazo de validade muito curto, possuem espinhas que poderão causar ferimentos graves no trato digestivo. Consumo cru pode transmitir verminose renal – Dioctophyme renale e peixes de água doce contém tiaminase, enzima que destrói vitamina B1 (Tiamina), podendo levar os cães a polineurite grave.

Nossa indicação é que todas as carnes devem ser manipuladas em superfícies metálicas ou plásticas previamente higienizadas para evitar contaminação por salmonelas.

O cozimento é necessário para prevenção de Salmonelas, Escherichia coli e Toxoplasma. Além disto, ao providenciarmos o cozimento em conjunto com o arroz,  transferiremos gosto agradável para a fonte energética.

Nos próximos artigos vamos abordar fontes de fibra, minerais, vitaminas, ácidos graxos.

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