Cuidados com a elaboração da dieta natural – Cálcio, Fósforo e Vitamina D

Feita a pausa que combinamos para atender a dúvida de um de nossos seguidores, vamos retomar a série de artigos referentes aos cuidados que devemos ter com a elaboração de dieta natural.

Hoje não vamos falar de um só nutriente, vamos falar de três ao mesmo tempo. Isto porque Cálcio, Fósforo e Vitamina D estão intimamente relacionados e associados com as osteodistrofias, que são anomalias no sistema esquelético.

As principais causas das doenças ósseas estão ligadas à deficiência ou desequilíbrio entre cálcio, fósforo e vitamina D na dieta, bem como a desregulação da atividade do hormônio da paratireóide (PTH). Suas inter-relações são complexas e não facilmente definidas.

A dieta que oferecemos é a única fonte de cálcio e fósforo. Esses elementos são absorvidos em quantidades que dependem da fonte dos minerais, do pH intestinal e dos níveis dietéticos de cálcio, fósforo, ferro e gordura, bem como da concentração de vitamina D ativada no espaço extracelular. Se a vitamina D ou sua atividade diminuem, a absorção de cálcio e fósforo é reduzida. A vitamina D é obtida através da dieta ou por produção quando a pele é exposta ao sol (radiação ultravioleta). Para se tornar metabolicamente eficaz, a vitamina D deve ser convertida em sua forma ativa por meio de duas etapas consecutivas de hidroxilação pelo fígado e rim. Vitamina D3 (colecalciferol) atua principalmente no trato gastrintestinal para aumentar a absorção, mas também afeta o osso, aumentando assim a disponibilidade de cálcio elementar. Por meio de um ciclo de feedback negativo, também contribui para a regulação da secreção de PTH.

Um equilíbrio complexo e fundamental!

A secreção de PTH ocorre em resposta a uma baixa concentração de cálcio ionizado circulante e depende da disponibilidade de magnésio. Os órgãos-alvo do PTH são os rins, ossos e intestinos. Nos rins, o PTH promove a absorção tubular renal de cálcio enquanto aumenta a excreção renal de fósforo, bem como a atividade da 1alfa-hidroxilase, a enzima responsável pela ativação da vitamina D3 no rim. No intestino, o PTH promove a reabsorção de cálcio. O PTH também facilita a mobilização de cálcio e fósforo ósseo, permitindo assim a utilização do cálcio da matriz osteóide. 

A ativação da vitamina D também foi encontrada para ser regulada pelo fator de crescimento de fibroblastos 23 (FGF23), uma fosfatonina. O FGF23 é sintetizado pelos osteócitos e parece responder às mudanças na disponibilidade de fósforo. 

Lesões ósseas específicas estão associadas a anormalidades nas quantidades absolutas ou relativas de vitamina D, cálcio, fósforo e PTH. Freqüentemente, além da deficiência ou excesso de um elemento, isso também causa uma patologia secundária devido a mecanismos de feedback, proporções alteradas ou deficiências metabólicas concomitantes. As síndromes de doenças específicas podem ser classificadas como de natureza nutricional, metabólica ou genética. Exemplos clássicos de osteodistrofias nutricionais são: raquitismoosteomalácia, calcinose enzoótica ou hipervitaminose D. Osteodistrofia fibrosa e hiperparatireoidismo são osteodistrofias metabólicas comuns. As osteodistrofias genéticas podem ser causadas por defeitos nos transportadores de fosfato ou anormalidades genéticas na regulação hormonal da homeostase do fósforo. Exemplos de defeitos genéticos associados a osteodistrofias incluem hipofosfatemia e raquitismo hipofosfatêmico hereditário.

Existem relações muito íntimas entre o Cálcio (Ca), Fósforo (P) e a Vitamina D que exigem o balanceamento entre estes nutrientes, como a relação dietética entre Ca:P. Assim se contraindica por exemplo suplementação isolada de Cálcio, pois esta prática pode destruir a relação ideal. São práticas comuns, e inapropriadas, a oferta de cascas de ovos, ossos, carcaças de frango, fosfato monocálcico e outras formas de afetar negativamente o equilíbrio desejado.

Com relação à Vitamina D, cabe ressaltar que os animais mantidos em apartamentos recebendo a luz solar através de janelas, não recebem raios UV da luz solar para ativar a vitamina D da pele. Devem, portanto, ter suplementação adequada.

Por esta razão deixe esta questão sob a consultoria de seu médico veterinário nutricionista.

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