A Síndrome dos Olhos Secos

Nada mais triste do que notar o meu pet com problemas oftalmológicos. Sua tranquilidade e alegria é prontamente comprometida por sintomas que variam desde a vermelhidão nos olhos, o inchaço, uma secreção amarelada ou esbranquiçada que pode inclusive comprometer a própria abertura dos olhos, o lacrimejamento ou sua ausência e coceira.

Hoje vamos falar sobre uma Síndrome denominada dos olhos secos, bem como trazer algumas “pistas”, que podem ajudar os tutores a procurarem a assistência veterinária precocemente, evitando o agravamento do quadro, como na Ceratoconjuntivite Seca dos Cães (CCS).

Algumas raças têm maior predisposição ao problema.

A Síndrome dos Olhos Secos é relativamente comum em cães e se caracteriza por uma produção insuficiente da lágrima que atua como um protetor externo da córnea dificultando a lubrificação dos olhos, causando um ressecamento crônico e um processo inflamatório da córnea e da conjuntiva.

Entre os cães é possível observar uma maior incidência dessas complicações nas raças Bulldog inglês, Pug, Yorkshire Terrier, Lhasa Apso, Shih-tzu, Cocker, Schnauzer miniatura, entres outras, notamente em cães braquicefálicos (Herrera, 2008; Biondi et al, 2010).

Clinicamente os cães com CCS apresentam processo inflamatório crônico da córnea, uma certa opacidade e neovascularização corneal, que pode estar acompanhada de uma secreção de coloração variável. 

São várias as causas de CCS, sendo a imunomediada a principal. O tratamento terapêutico é mais indicado, sendo que a escolha do fármaco irá depender da causa da CCS. Os principais fármacos utilizados são os imunomoduladores para a CCS qualitativa de origem imunomediada e os lacrimomiméticos ou substitutos da lágrima para a CCS qualitativa. 

O diagnóstico se dá por meio da utilização do teste lacrimal de Schirmer para a CCS quantitativa, sendo considerado suspeitos animais que apresentem valores menores que 15 mm/min e o diagnóstico é formado nos animais que apresentem valores menores que 10 mm/min. Outros testes como a citologia da conjuntiva, o tempo de ruptura do filme lacrimal para a CCS qualitativa e teste de osmolaridade lacrimal, podem auxiliar no diagnóstico. 

Realização de teste lacrimal de Schirmer em cão. Fonte: Andréia Amaral.

O teste da lágrima de Schirmer é o padrão para avaliar o comprometimento da produção lacrimal embora seja um método semiquantitativo de mensuração. Este teste associado aos sinais clínicos típicos, na realização dos exames oftálmicos darão ao seu veterinário a devida informação para que o tratamento adequado seja conduzido.

Tratamento:

O tratamento medicamentoso da CCS inclui lacrimogênicos, lacrimomiméticos, mucolíticos e antibacterianos tópicos. 

Não postergue a sua visita ao veterinário diante de sinais, mesmo que iniciais, pois a cura é sempre mais fácil quando se ocorre a detecção inicial da doença.

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