Gases digestivos dos cães

Certa vez Ariano Suassuna foi interrogado por algum repórter que lhe perguntou: -você não acha que o rock é um som universal?

A resposta foi bem irreverente: – “Meu filho, som universal só conheço três: arroto, peido e espirro! “. Hoje falaremos dos dois primeiros na vida de nossos cães.

A flatulência canina é algo que a maioria dos tutores já experimentou uma vez ou outra. Embora pode-se achar que essa intrusão fedorenta possa ser meramente cômica ou irritante há momentos em que poderá significar que há algo de errado com a saúde de seu cão.

Relembrando: flatus é a expulsão de gases pelo traseiro. Som retumbante e resmungão nos intestinos que pode ser ouvido a distância, borborigmo.

Eructação é a expulsão de gases do estomago pela boca.

Peidos (flatus) são engraçados, até que não sejam.

A eliminação de gases pode ser uma ocorrência fisiológica normal em cães e gatos. Será problema quando o animal apresentar volume excessivo, odor desagradável ou quando associado a problema clínico como diarreia, dor abdominal ou distensão.

Algo aparentemente simples, na verdade tem várias causas potenciais, na maioria benignas, mas são motivo de preocupações em alguns casos.

Fatos Sobre a Flatulência
Resulta de um excesso de gás no trato intestinal, adquirido da ingestão de ar durante a alimentação, do gás produzido durante a digestão ou gás produzido por bactérias do cólon (intestino grosso).

Quanto menos digerível a dieta, mais resíduos alimentares chegam ao cólon para serem fermentados pelas bactérias locais.

Causas do Gás Canino:

  • Dieta
    A comida pode ter muito a ver com o motivo pelo qual o cão tem gases crônicos. O controle tem a ver com a diminuição dos gases produzidos pela fermentação bacteriana de alimentos não digeridos, ou seja, com muito carboidrato e proteínas não digestivas.
  • Mudança na alimentação
    Quando um tutor muda bruscamente uma dieta isso precisa acontecer lentamente para evitar diarreia ou gases. Para cães adultos, planeje transição lenta de 10 dias, alterando proporções em favor do novo alimento em pequenos incrementos, observando a sensibilidade do seu cão à mudança, ajustando tempo de transição adequado.
  • Extravagâncias ocasionais
    Como o consumo de lixo, guloseimas do passeio de rua, alimentos da mesa do tutor ou consumo da comida do feriado.
  • Aerofagia
    O ato de engolir ar, ou aerofagia, é outra causa possível de gases caninos. Cães que comem ou bebem muito rapidamente podem engolir quantidades surpreendentes de ar, se não arrotar terá quer sair por outra extremidade. Raças braquicefálicas como por exemplo Bulldog Frances, Bulldog Inglês, Pug, Shih Tzu entre outras, devido a sua conformação, tendem a engolir muito ar. Para eles recomendam-se refeições com menor quantidade de alimento várias vezes ao dia.
  • Alergias
    Alguns animais desenvolvem alergias a certos ingredientes das refeições desenvolvendo diarréias, vômitos, gases que podem vir associados a coceiras, urticarias, perda de pelo, inchaço facial, infecções crônicas de ouvido e patas (manchas marrons por excesso de lambeduras).
  • Condições médicas
    Antibioticoterapia, parasitoses, colite, doença inflamatória intestinal, câncer gastrointestinal, insuficiência pancreática exócrina, pancreatite podem levar a aumento de produção de gases.
  • Constipação
    Muitas vezes causadas por problemas de quadril ou coluna. A dor, o desconforto, desencorajam o animal a exercer esforço de defecação, retendo assim fezes que sofrerão desidratação fecal e crescimento bacteriano com formação de gases.

Quando se preocupar?

O gás normal é ocasional e não mostra sinais de algo grave, fora do comum, porém quando sua ocorrência aumenta de volume, cheiro e vem acompanhado de vômitos, diarréias e dor é hora de visita urgente ao veterinário para verificação de possível corpo estranho ou torção de estômago.
Verificação da qualidade das fezes se faz necessário e vamos em próximo artigo desenvolver esse tema importante.

Como reduzir os gases do seu cão?

  • Alimentos frescos de alta qualidade livres de leguminosas (feijão, grão de bico, lentilha, ervilhas, soja entre tantas outras).
  • Evitar a alimentos contendo glúten, leite, queijo ou outras fontes de lactose.
  • Incentive exercício regular e calmo 30 minutos após a refeição. Ajuda movimentos intestinais evitando acúmulo de gases intestinais.
  • Não permita exercícios bruscos (saltos, corridas) até 3 horas após as refeições, prevenindo assim torção gástrica principalmente em raças como Fila Brasileiro, Dog Alemão, Irish Wolfhound, São Bernardo e Doberman.

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