Saiba tudo sobre a Síndrome Braquicefálica (focinho curto ou cara chata)

Certas raças de cães e gatos são propensas a respiração difícil e obstrutiva devido ao formato de sua cabeça, focinho e garganta. Este formato característico da cabeça, muito conhecido como cara chata ou focinho curto, leva o nome de braquicefalia. Hoje vamos falar bastante sobre o que é a Síndrome Braquicefálica e os principais cuidados. Aproveite para compartilhar este artigo com quem tem um braquicefálico pra chamar de seu!

Conheça algumas as principais raças braquicefálicas

Esses cães foram desenvolvidos ao longo de sua evolução para ter focinhos e focinhos relativamente curtos e, por causa disso, a garganta e as passagens respiratórias neles são frequentemente subdimensionadas ou achatadas.

Exemplos comuns são:

Buldogue Inglês;
Buldogue Francês;
Pug;
Pequinês;
Shih Tzu;
Boston Terrier.

Os gatos Persas também têm uma conformação braquicefálica.

E o que é a Síndrome Braquicefálica

É conhecida como síndrome por se referir a uma combinação de diversas características.

Nariz curto, narinas estenóticas, nariz comprimido, palato mole alongado, sáculos laríngeos revirados, colapso laríngeo, hipoplasia traqueal e traqueia hipoplásica.

Conheça as características principais:

Palato mole alongado

É uma condição em que o palato mole é muito longo, de modo que sua ponta se projeta para as vias aéreas e interfere com o movimento do ar para os pulmões.

Narinas estenóticas

Narinas mal formadas que são estreitas ou colapsam para dentro durante a inalação, tornando difícil para o cão e o gato respirar pelo nariz.

Sáculos laríngeos revertidos

Condição onde o tecido de dentro das vias aéreas, logo em frente às cordas vocais, é puxado para a traqueia e obstrui parcialmente o fluxo de ar.

Alguns cães com síndrome braquicefálica também podem ter traqueia estreita, colapso da laringe (as cartilagens que abrem e fecham as vias aéreas superiores) ou paralisia das cartilagens laríngeas.

Sinais e sintomas da Síndrome Braquicefálica

Os cães com palato mole alongado geralmente têm uma história de respiração ruidosa, especialmente após a inspiração.

Pode também ocorrer:

Vômito, especialmente ao engolir;
Intolerância ao exercício;
Cianose (língua e gengivas azuis por falta de oxigênio);
Colapso ocasional é comum, especialmente após atividade excessiva, excitação ou calor ou umidade excessivos.

A obesidade só agrava os problemas.

Muitos cães com palato mole alongado preferem dormir de costas, provavelmente porque essa posição permite que o tecido do palato mole se afaste da laringe.

Os sinais associados às narinas estenóticas e sáculos laríngeos revertidos são bem semelhantes.

Diagnóstico da Síndrome Braquicefálica

Narinas estenóticas podem ser facilmente diagnosticadas ao exame físico.

O diagnóstico definitivo de palato mole alongado e sáculo laríngeo revertido só pode ser feito com o cão sob anestesia.

Geralmente, as raças braquicefálicas possuem uma língua grossa que torna a visualização da laringe em um animal acordado muito difícil.

As tentativas de conter o paciente e retrair a língua o suficiente para permitir a visualização da laringe geralmente são mal sucedidas. Sob anestesia, o palato mole alongado se estende além da ponta da epiglote (a entrada para as vias aéreas).

Casos graves de palato mole alongado

Em casos graves, o palato mole se estende diretamente para a abertura da laringe. A ponta do palato mole e as bordas da laringe costumam estar inflamadas (inchadas e vermelhas).

Casos crônicos de palato mole alongado

Em casos crônicos, as cartilagens da laringe tornam-se inflexíveis e começam a entrar em colapso, estreitando ainda mais as vias aéreas. Os sáculos laríngeos revertidos se parecem com massas de tecido mole cinza-azulado projetando-se para as vias aéreas bem na frente das pregas vocais.

As anomalias do palato mole devem ser tratadas se causarem sofrimento ao seu pet e se tornarem mais graves com o tempo ou se causarem obstrução com risco de vida.

Quando fazer e quais são as cirurgias para a Síndrome Braquicefálica?

Se seu cachorrinho apresentar engasgos, tosse, intolerância a exercícios ou dificuldade para respirar, pode ser necessária a ressecção (intervenção cirúrgica para extração) do excesso de palato mole.

A ressecção do palato mole (estafilectomia) é realizada com lâmina de bisturi, tesoura ou laser de CO2. O palato é alongado e o excesso de tecido é removido com lâmina ou tesoura.

Se os sáculos laríngeos estiverem revertidos, eles podem ser removidos ao mesmo tempo que a ressecção do palato mole, ou podem ser deixados e voltados para uma posição mais normal.

A correção das narinas estenóticas, se houver, ajuda a melhorar a respiração e é feita ao mesmo tempo.

Cuidados posteriores às cirurgias

Os pets devem ser monitorados de perto, imediatamente após a cirurgia. Uma inflamação ou sangramento significativo pode obstruir as vias aéreas, dificultando ou impossibilitando a respiração.

Ocasionalmente, um tubo deve ser colocado e mantido através de uma incisão no pescoço e na traqueia (traqueostomia temporária) até que o inchaço na garganta diminua o suficiente para que o animal possa respirar normalmente.

Os pets são geralmente observados no hospital por pelo menos 24 horas. Tosse e engasgos pós-operatórios são comuns.

Em casos crônicos em que as cartilagens laríngeas se tornaram inflexíveis, a remoção do palato mole alongado e dos sáculos laríngeos pode não proporcionar alívio suficiente.

A criação de uma nova abertura permanente na traqueia na região do pescoço (chamada traqueostomia permanente) pode ser a única solução, embora também haja complicações associadas a esse procedimento.

Resultados das cirurgias

O prognóstico é bom para animais jovens. Eles geralmente respiram com muito mais facilidade e com dificuldade respiratória significativamente reduzida.

Seu nível de atividade pode melhorar significativamente. Pets mais velhos podem ter um prognóstico menos favorável, principalmente se o processo de colapso laríngeo já foi iniciado.

Saiba como prevenir os problemas causados pela Síndrome Braquicefálica

Cães braquicefálicos não devem ser submetidos a altas temperaturas e exercícios pesados.

Passeios curtos em momentos de temperaturas amenas, são os mais indicados!

Cuidado para não deixar o seu cão com sede exagerada, pois ao tomar água apressadamente poderá sofrer engasgos e aspirar líquido para os pulmões!

As raças braquicefálicas precisam sim de mais cuidados e atenção de seus tutores, mas são companhias preciosas para as nossas vidas, assim como qualquer outra raça ou sem raça definida!

E você? Tem um braquicefálico em casa? Conte aqui pra gente o nome do seu pet e qual a raça!